sábado, 15 de fevereiro de 2014

Fortaleza: bolha pra quem?

Há ou não uma bolha imobiliária no Brasil? E em Fortaleza? Para Bob Shiller, nobel em Economia (2013), o cenário brasileiro é similar ao norte-americano pré-crise. Mas para alguns "especialistas" não há risco, pois o crédito aqui no Brasil é sustentável. 
No caso de Fortaleza, por exemplo, os números referentes ao setor imobiliário são interessantes e podem nos levar a uma análise mais crítica sobre o assunto.

Nos últimos dois anos Fortaleza liderou o ranking de capitais com redução (-32%) na venda de imóveis novos. Enquanto isso, segundo a CDL, o crédito para compra e construção cresceu 46%. Somado a estes dois fatores, ainda segundo a mesma entidade, o endividamento das famílias, referente ao crédito imobiliário, passou de 3% em 2005 para 15% 2013.

Só com estes dados, já é possível verificar que não há uma situação sustentável. Mas vamos ao último fator, que nos ajudará a analisar melhor o que está acontecendo em Fortaleza. Segundo dados da Sefin (Fortaleza), a arrecadação do ITBI (Imposto sobre a Tranmissão de Bens Imóveis) sofreu uma alteração de 58 % entre 2011 e 2013. Dado que o ITBI é cobrado sobre o valor venal do imóvel, esse aumento implica que o preço dos imóveis em Fortaleza também cresceu cerca  58% em Fortaleza. O que representa dez vezes mais que a inflação oficial de 2013.

Temos então oferta em expansão, com um preço acima do "preço de equilíbrio" e uma demanda se contraindo. Quem arcará com o excedente? É possível agora dizer que há uma bolha inflando em Fortaleza? Deixaremos essas respostas para o senso critico de nossos leitores.

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